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Saiba como os pilotos enfrentam calor e desidratação na F1

  • Foto do escritor: Isadora Guerra
    Isadora Guerra
  • 27 de set. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de jan. de 2024

Semelhante a uma sauna, o cockpit de um carro da categoria pode chegar a 60°C


Escrito por Vitória Vilarino

Revisado por Isadora Guerra


Não é segredo para ninguém que a situação dos pilotos não é nada fÔcil dentro do cockpit. Entretanto, em corridas como Miami e Singapura fica ainda pior devido às altas temperaturas e, no caso dessa última, alta umidade relativa do ar (80%). No Japão, onde tradicionalmente chove em algum momento do fim de semana, também fez calor e os pilotos saíam exaustos de seus carros. Os termÓmetros chegam a marcar 60 graus Celsius dentro dos cockpits. Soma-se a esses fatores o fato de que os pilotos usam uma camada de roupa anti chamas por baixo do grosso macacão. O resultado é um alto desgaste físico pelo calor e desidratação na F1.


calor e desidratação na F1
Carlos Sainz se hidratando e utilizando o colete resfriamento. Fonte: gpblog.com

Durante uma corrida, os pilotos estão expostos a altas velocidades e forças G intensas, o que aumenta a taxa de transpiração. Esse processo faz com que eles percam ainda mais líquidos corporais, o que pode afetar negativamente o seu desempenho na pista. Por isso, são utilizadas diversas medidas para evitar que as altas temperaturas causem grandes prejuízos aos competidores.


Hidratação

Uma medida comeƧa antes mesmo da corrida. Ɖ a hidratação dos pilotos com isotĆ“nicos, mistura individualizada de carboidratos, sais minerais e outros componentes que ajudam a repor o que serĆ” perdido pelo suor, alĆ©m de aminoĆ”cidos que aceleram a recuperação muscular. Durante a corrida eles tambĆ©m continuam ingerindo esta mistura por meio de um tubo que se conecta no capacete do piloto e vai atĆ© um reservatório que se localiza na parte de trĆ”s do assento. Quando eles querem beber o lĆ­quido, basta apertar um botĆ£o no volante que faz a liberação do isotĆ“nico.


Porém, alguns pilotos relatam falhas nesse mecanismo, jÔ que muitas vezes o líquido acaba sendo liberado sem o acionamento do botão, principalmente nos momentos de aceleração. Outra reclamação é o fato de que após algumas poucas voltas a bebida jÔ fica semelhante a um chÔ, outra consequência do calor intenso dentro do cockpit. Outra curiosidade interessante é que, por vezes, os atletas, junto a seus engenheiros, escolhem não encher o reservatório para tentar deixar o carro mais leve. Foi o que aconteceu com Lewis Hamilton no GP da Espanha de 2019 e com Carlos Sainz no GP da França de 2022.


Após a corrida eles seguem tomando o isotÓnico. Para evitar que eles façam essa reposição de forma muito rÔpida, as equipes utilizam garrafinhas com canudos longos. A função delas é permitir que apenas uma porção do líquido seja ingerida, além de ser mais prÔtico quando eles tomam a bebida dentro do carro durante os intervalos dos treinos livres e da qualificação.

calor e desidratação na F1
Max Verstappen se reidratando após o GP de Miami 2022. Fonte: planetf1.com

Coletes de resfriamento

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VƔrios pilotos utilizaram os coletes de resfriamento no GP da ItƔlia em 2022. Fonte: Motorsport

Outra medida usada pelos pilotos para driblar o calor são os coletes de resfriamento. Essa técnica consiste na utilização de coletes em baixas temperaturas (0-5°C) cobrindo as regiões centrais do corpo, principalmente tórax, estÓmago e lombar. HÔ modelos de colete com compartimentos de diferentes tamanhos que permitem a colocação de gelo, gel ou mesmo Ôgua em baixas temperaturas. Eles resfriam o corpo pouco antes das corridas, ajudando os pilotos a não sofrerem tanto com o calor antes da prova começar.


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Valtteri Bottas utilizando o colete durante fim de semana do GP do Japão 2023. Fonte: f1.com

Mais uma das opções é o gelo seco colocado no cockpit dos carros, que nada mais é que aquela fumaça branca pouco antes dos mecânicos se retirarem da pista. Os famosos sopradores resfriam o ambiente e evitam temporariamente a sudorese.


calor e desidratação na F1
Gelo seco que Ć© colocado no cockpit dos carros. Fonte: Getty Images

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Mecânicos usam sopradores com gelo para ajudar a resfriar pilotos. Fonte: Getty Images

Banho de Ɣgua gelada

E por último, mas não menos importante, hÔ os banhos em Ôgua gelada. Eles servem para ajudar na recuperação muscular após as corridas e treinos, quando os pilotos precisam voltar logo em seguida para mais uma sessão ou qualificação, por exemplo. Para minimizar os efeitos da temperatura e umidade, essa é a estratégia mais utilizada.


calor e desidratação na F1
Sainz se divertindo no banho de gelo após o GP de Singapura 2023. Fonte: https://pbs.twimg.com

A imersĆ£o em Ć”gua fria, popularmente conhecida como banheira de gelo, Ć© eficaz em melhorar o desempenho fĆ­sico em ambiente quente. A tĆ©cnica consiste na imersĆ£o do corpo atĆ© o nĆ­vel dos ombros em estrutura contendo Ć”gua na temperatura de 2-10°C durante 10 a 20 minutos. Após ser imergido em Ć”gua nessas condiƧƵes, a temperatura corporal reduz. Saindo de uma temperatura menor no inĆ­cio de uma sessĆ£o, por exemplo, o corpo conseguirĆ” ā€œacumularā€ mais calor atĆ© atingir temperaturas crĆ­ticas, que levam o cĆ©rebro a reduzir a intensidade ou mesmo voltar aos boxes para hidratação.


calor e desidratação na F1
Pierre Gasly em um dos banhos de gelo no GP de Singapura 2023. Fonte: Pinterest

Mesmo com todas estas medidas, os pilotos perdem cerca de três quilos a cada corrida. A desidratação extrema pode levar à exaustão, tontura e até mesmo desmaios durante uma corrida. Um dos casos mais graves foi o de Fernando Alonso no GP do Bahrein de 2009, quando o espanhol teve um desmaio após a corrida.


Fontes

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©2025 por Letícia Sampaio

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