Último pódio teve nada mais, nada menos que Verstappen, Alonso e Hamilton, em 2023
Escrito por Isadora Guerra
O GP do Canadá, nona etapa da temporada 2024 da Fórmula 1, será realizado neste fim de semana (07 a 09 de junho) no Circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. A F1 cruza o Atlântico para outra corrida de rua e vale lembrar que esse GP não foi disputado em 2020 e 2021 devido à pandemia do coronavírus, mas voltou ao calendário em 2022 com vitória de Max Verstappen (que também ganhou em 2023).
As atividades iniciam na sexta-feira (07 de junho) com o Treino Livre 1 das 14h30 às 15h30. Mais tarde, das 18h às 19h, ocorre o Treino Livre 2. No sábado (08 de junho), o dia começa com o Treino Livre 3, das 13h30 às 14h30. Este é o último treino antes da sessão de qualificação, que ocorre das 17h às 18h. Finalmente, no domingo (09 de junho), às 15h, acontece o Grande Prêmio do Canadá de F1. O Bandsports transmite os treinos livres e a Band a qualificação e a corrida. No streaming, a F1TV transmite todas as atividades.
Um pouco de história
A Ilha Notre Dame artificial, no meio do Rio São Lourenço, foi criada para a Feira Mundial Expo 67 de 1967. Depois que a exposição e os Jogos Olímpicos de Verão de Montreal em 1976 deixaram a cidade, algumas pessoas decidiram transformar as estradas da ilha em uma pista de corrida. A Ilha foi criada usando 15 milhões de toneladas de terra e pedras extraídas da construção do metrô de Montreal. E eis que o Circuito Ile Notre-Dame, como era então, surgiu. A corrida aconteceu pela primeira vez em 1978. Gilles Villeneuve conquistou sua primeira vitória na pista que acabaria levando seu nome mais tarde.
Dessa forma, a pista de Montreal passou a ser famosa por ser palco da primeira vitória de vários pilotos ao longo da história: contando com Gilles, são seis. Onze anos depois do canadense, Thierry Boutsen vencia pela primeira vez no mesmo traçado. Em 1995 foi a vez de Jean Alesi conquistar a primeira, e única, vitória na F1. O momento foi ainda mais especial porque além de estar a bordo de uma Ferrari, o francês estava usando o número 27, que foi de Gilles, em homenagem ao canadense.
Em 2007 foi a vez de Lewis, em seu primeiro ano na F1, vencer pela primeira vez. No mesmo ano, Robert Kubica sofreu um acidente assustador em Montreal. Mas No ano seguinte, de forma surpreendente, o polonês venceu sua primeira corrida no mesmo circuito. A lista termina com Daniel Ricciardo, em 2014, único piloto não Mercedes a vencer naquela temporada.
O circuito
O circuito rápido e de baixo downforce é um dos favoritos dos pilotos. A pista é bastante travada, com muitas chicanes de frenagem pesada e o famoso gancho para fazer as âncoras trabalharem duro. Fora das curvas, porém, a pista é rápida e fluida, enquanto a peça mais icônica do circuito surge logo no final da volta: o Muro dos Campeões, assim chamado após as excursões de Damon Hill, Jacques Villeneuve e Michael Schumacher durante o fim de semana do Grande Prêmio do Canadá de 1999.
A Pirelli deverá trazer os três compostos mais macios da sua gama de pneus para a corrida deste fim de semana em Montreal. Esta será a terceira corrida consecutiva em que a Pirelli nomeia os três compostos mais macios de sua linha, já que os pilotos tiveram o mesmo trio de compostos disponíveis em Ímola e Mônaco nas duas corridas anteriores.
Tamanho da pista: 4.361km
Número de voltas: 70
Distância total: 305.270km
Curvas: 14
Última pole: 1:25.858 – Max Verstappen, pela Red Bull (2023)
Recorde de volta (corrida): 1:13.078 – Valtteri Bottas, pela Mercedes (2019)
Velocidade máxima: 341km/h
Aceleração plena: 67%
Perda de tempo no pit stop: 16s
DRS: 2 zonas
DRS 1: detecção antes da curva 6 e ativação entre as curvas 7 e 8
DRS 2: detecção depois da curva 9 e ativação na reta dos boxes
Pneus disponíveis: C3 (duros), C4 (médios) e C5 (macios)
A pista é de alta velocidade e os carros ultrapassam os 300 km/h em quatro ocasiões por volta e em cada uma delas eles têm que frear para uma chicane ou curva de baixa velocidade. Esses altos níveis de desaceleração colocam os freios sob enorme estresse. Não há outra pista no calendário atual onde os freios são tão exigidos como em Montreal.
Os setores 1 e 2 apresentam curvas de ângulos distintos para ambos os lados, todas com pouca ou nenhuma área de escape. O setor 3 é quase inteiro formado por duas retas intercaladas por uma chicane bastante técnica, com o Muro dos Campeões muito próximo na saída dela. A pista costumava ser um pouco escorregadia (e ficava ainda mais em razão dos carros irem com acerto de baixo downforce). Vale lembrar que o asfalto foi totalmente recapeado e as zebras foram refeitas para esse ano, então ainda não se sabe como estão as ondulações e a altura das zebras atuais.
Curiosidades
- Os únicos heptacampeões da Fórmula 1 dominam a pista do GP do Canadá. Empatados no número de títulos, o mesmo acontece na quantidade de vitórias em Montreal: sete para cada. Michael Schumacher e Lewis Hamilton também empatam no número de poles, com seis para cada. Já na quantidade de pódios, Schumacher leva vantagem, com 12 (7 vitórias e 5 segundos lugares) contra 10 de Hamilton (7 vitórias e 3 terceiros lugares).
- Arrastados pelo sucesso de Hamilton e Schumacher no Canadá, McLaren e Ferrari são as equipes que mais venceram no GP realizado no país. Enquanto a McLaren é a maior vencedora de forma geral, com 13 triunfos, a Ferrari foi a escuderia que mais venceu no circuito de Montreal, com 11 vitórias.
- O GP do Canadá será o 1110º da Fórmula 1. A título de curiosidade, a etapa de de Las Vegas, em 2023, foi o 1100º GP, enquanto a corrida da Bélgica, de 2019, foi a 1010ª prova da F1, e o GP da China de 2019 foi o 1000º GP na história da categoria.
- O temido muro na saída da última curva, que costuma punir quem erra, ganhou esse nome porque os campeões Jacques Villeneuve (1997 e 1999), Michael Schumacher (1999), Damon Hill (1999), Jenson Button (2005) E Sebastian Vettel (2011) bateram ali.
- Com quatro horas e quatro minutos de corrida, o GP do Canadá de 2011 é simplesmente o mais longo da história da F1. Num cenário de chove e para, o vencedor Jenson Button fez nada menos que seis pit stops na corrida. E dificilmente o recorde de corrida mais longa será batido, já que hoje o limite de tempo de prova é de duas horas de carro na pista ou de três horas para todo o evento.
- Foi no Canadá, em 2019, que Sebastian Vettel protagonizou a cena mais inusitada da história em Montreal. Após tomar cinco segundos de punição por direção perigosa e perder a corrida para o rival, Lewis Hamilton, Vettel trocou por conta própria as placas de primeiro e segundo colocados por considerar o resultado injusto.
- Marcas que podem ser batidas no Canadá em 2024: 75º GP de Sergio Pérez na Red Bull, 75º GP de Esteban Ocon na Alpine, 30º GP de Logan Sargeant pela Williams, pode ser a 60ª vitória de Verstappen na F1, pode ser o 40º pódio de Checo na F1 e o 30º pela Red Bull.
Como foi em 2023
No último Grande Prêmio do Canadá, realizado em 2023, Max Verstappen, da Red Bull, dominou de ponta a ponta e garantiu sua vitória de número 41, igualando-se ao lendário Ayrton Senna. A corrida foi emocionante, com Fernando Alonso, da Aston Martin, terminando em segundo lugar, seguido por Lewis Hamilton, da Mercedes, que completou o pódio.
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