Este fim de semana será a primeira vez que o Autódromo Internacional de Miami sediará uma sprint
Escrito por Isadora Guerra
A Fórmula 1 volta às atividades da temporada 2024 neste fim de semana (03 a 05 de maio) com mais uma edição do GP de Miami, a sexta etapa deste ano. Essa é a primeira passagem da categoria pelos Estados Unidos e pelo continente americano em 2024. No país, a F1 ainda corre em Austin e em Las Vegas na reta final do campeonato, em outubro e em novembro, respectivamente. E assim como na China, tem corrida sprint em solo americano (pela primeira vez em Miami).
As atividades iniciam na sexta (03/05), com o TL1 às 13h30. Na sequência, às 17h30, tem classificação para a sprint. No sábado (04/05), a sprint ocorre a partir das 13h. Às 17h inicia a qualificação para a corrida principal. No domingo (05/05), a largada está marcada para às 17h. A TV Band exibe a corrida e a classificação na TV aberta. A Bandsports exibe os treinos e a classificação na TV fechada. O ge.globo acompanha todo o fim de semana em tempo real. No streaming, a F1TV exibe todas as atividades.
Um pouco de história
A história do GP de Miami é nova e o planejamento começou em 2019. O Autódromo Internacional de Miami foi idealizado pela Apex Circuit Design. O Autódromo de Miami é temporário. Ou seja, ele é montado apenas para o período de corrida, pois a localidade conta com outros empreendimentos como o Hard Rock Stadium, casa do time da NFL Miami Dolphins.
Tendo feito sua estreia na F1 em maio de 2022, a pista é o culminar de um processo de desenvolvimento que simulou nada menos que 36 traçados diferentes antes de se estabelecer em uma emocionante volta de 19 curvas que proporciona uma vibração de circuito de rua, não muito diferente do Albert Park de Melbourne. Miami tem fama por realizar grandes empreendimentos, famosos nomes do esporte, música, entre outros moram ou frequentam a cidade. Na primeira edição do GP de Miami, Michelle Obama, David Beckham e Michael Jordan foram alguns dos nomes presentes.
Com a chegada do GP de Miami em 2022, a F1 teve pela primeira vez dois Grandes Prêmios estadunidenses numa única temporada desde 1984. Naquele ano, Dallas e Detroit tiveram suas participações. Por se tratar de uma pista temporária, o Autódromo Internacional de Miami tem um custo abaixo da média (USD 250 milhões — USD 500 milhões) de investimento dos GPs da F1. Só Stephen M. Ross, proprietário do Miami Dolphins, gastou cerca de USD 40 milhões. O contrato com a F1 segue até 2031.
O circuito
Com o Hard Rock Stadium no seu epicentro, o traçado de 5,41 km apresenta 19 curvas, três retas, três zonas de DRS e velocidades máximas superiores a 340 km/h. Há também mudanças de elevação, a principal delas encontrada entre as curvas 13 e 16, com a pista passando por uma rampa de saída e sob vários viadutos em terreno irregular. A chicane entre as curvas 14 e 15, por sua vez, tem uma abordagem ascendente, com uma crista no meio, e depois desce na saída.
Tamanho da pista: 5.412km
Número de voltas: 57
Distância total: 308.326km
Curvas: 19
Última pole: 1:26.841 – Sergio Perez, pela Red Bull (2023)
Recorde de volta (corrida): 1:29.708 – Max Verstappen, pela Red Bull (2023)
Velocidade máxima: 340km/h
DRS: 3 zonas
DRS 1: detecção após a curva 8 e ativação depois da curva 9
DRS 2: detecção a ativação após a curva 16
DRS 3: detecção depois da curva 17 e ativação antes da reta dos boxes
Pneus disponíveis: C2 (duros), C3 (médios) e C4 (macios)
O traçado é um grande desafio, a pista é extremamente veloz, mas também conta com uma combinação de curvas de baixa e alta velocidade. Os três setores do traçado são bem diferentes, portanto, em cada uma dessas partes os carros têm comportamentos distintos, o melhor será aquele que obter o melhor equilíbrio. O circuito de Miami compartilha com Barcelona algumas características do traçado espanhol. As curvas de alta velocidade no início da volta, as longas retas que esfriam os pneus, a dificuldade para manter os compostos trabalhando em uma temperatura ideal.
A Pirelli que apostou na zona de segurança, manteve a sua escolha dos primeiros eventos e mais uma vez fornecerá a gama intermediária de pneus: C2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C4 (macio – faixa vermelha). A diferença é que nesta prova os pilotos vão trabalhar com 12 jogos de pneus, diferente dos 13 jogos fornecidos em eventos regulares. A pista conta com um asfalto muito liso, desta forma é preciso que os carros vão para a pista e ajudem a construir a aderência. No entanto, por ser um local com clima tropical da Flórida, a chuva pode aparecer, limpando o trabalho de preparação realizado ao longo das sessões.
Curiosidades
O vermelho tradicional do carro da Ferrari dividirá espaço com faixas em azul nos sidepods, asas dianteira e traseira e o halo, proteção frontal do piloto no cockpit. A mudança é para homenagear os 70 anos da marca italiana nos Estados Unidos. No início, a presença da fabricante entre consumidores norte-americanos levou à criação da Nart (North American Racing Team), um time que usava carros da Ferrari para correr em diversas categorias (na F1, marcou presença em 1964, 1965 e 1969). Não é só o carro que mudará: a equipe preparou um macacão especial que Charles Leclerc e Carlos Sainz vestirão na prova no Circuito de Miami Gardens. A dupla ainda ganhará, em breve, dois carros esportivos da montadora na cor azul.
Outra equipe que se empolgou para Miami foi a Racing Bulls. Para a programação do fim de semana, o time utilizará um esquema de cores que definiu como “camaleão”, com uma pintura furta-cor que vai das asas dianteiras às traseiras. O visual é parte da parceria com um dos patrocinadores da escuderia.
E a badalação não para por aí. Artistas de peso devem passar pelo evento. Neste ano, acredita-se que a cantora norte-americana Taylor Swift estará presente na etapa acompanhada por Travis Kelce, quarterback do Kansas City Chiefs e vencedor de três Super Bowl. O namorado da cantora é um dos investidores da Alpine.
Outros fatos marcantes:
* O primeiro GP de Miami foi disputado em 1926, no extinto Fulford-Miami Speedway, em North Miami Beach.
* O Miami International Autodrome foi o 77º circuito a sediar uma etapa do mundial de Fórmula 1.
* O autódromo tem 19 curvas, 12 para a esquerda e 7 para a direita. Dois trechos são cotados como bons pontos de ultrapassagem, as freadas para as curvas 11 e 17. São três retas, com a mais longa medindo 1,28 km.
* 24 mil toneladas de asfalto foram colocadas para montar o circuito em Miami Gardens, com calcário de origem local, com alto teor de sílica, que aumenta a abrasividade. 11,2 km de barreiras de concreto foram instaladas, com 2.870 módulos usados na pista.
* 12 circuitos já receberam corridas da F1 nos Estados Unidos: além de Miami, Austin, Sebring, Riverside, Watkins Glen, Phoenix, Dallas, Detroit, Las Vegas, Long Beach e Indianápolis (misto e oval).
Como foi em 2023
Seu maior (e único) vencedor é Max Verstappen, líder do atual campeonato. Os triunfos em 2022 e 2023 foram importantes para a campanha do bi e tricampeonato do holandês da RBR. No ano passado, em especial, ele largou do nono lugar e despachou de vez a concorrência do colega Sergio Pérez pela liderança do Mundial.
A performance impressionante de Max demonstrou uma habilidade excepcional do piloto ao avançar pelo pelotão e cruzar a linha de chegada na primeira posição, marcando sua terceira vitória no ano. Sergio Pérez e Fernando Alonso também tiveram destaque, completando o pódio, respectivamente, em segundo e terceiro lugares.
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